A Vila de Fornos de Algodres, actual sede concelhia que estende o seu tecido habitacional ao longo da Estrada Nacional 16, na base da colina subjacente à Serra da Esgalhada e que deve o seu nome aos fornos de cerâmica, outrora aqui existentes.
Presume-se que a primeira “Carta de Foro” (Foral) de Fornos de Algodres foi concedida por D. Dinis a 28 de Maio de 1348, tendo sido posteriormente confirmada por D.Manuel I em 24 de Setembro de 1497 (Chancelaria de D. Manuel I, no livro 28, folio 38) e por D. João III a 11 de Abril de 1530 (Chancelaria de D. João III, Livro 53, Folio 97) .
A extinção dos concelhos de Algodres, Casal do Monte, Figueiró da Granja, Infias e Matança, incorporados no de Fornos de Algodres ficou a dever-se fundamentalmente à crescente preponderância que este último conquistou com a proximidade de acessos à Guarda e Viseu, a presença de famílias abastadas e pelo facto de constituir a terra natal de Costa Cabral.
Em meados de séc. XIX, durante a revolução liberal, foi demolido o Pelourinho devido a alegadas dificuldades de trânsito. Tendo sido em 1931, realizadas investigações, para o reconstituir, só foi concretizada a edificação, ainda hoje existente, dois anos mais tarde.
Este monumento onde apenas o terço inferior do fuste da coluna, a base e o remate da gaiola constituem elementos originais é classificado como pelourinho manuelino revivalista segundo a classificação tipológica de Luís Chaves. Foi construído pelo pedreiro José “das Botas” e apresenta uma gaiola estilizada que pousa sobre o último anel do fuste, assentando sobre dupla moldura o remate cónico encordoado onde, com certa elegância, pousa volumosa bola terminal.
A Igreja da Misericórdia do séc. XVII é detentora de diversas obras de arte, com realce para a talha dourada, as imagens e o tecto do altar-mor que exibe 36 pinturas de numerosos santos e ainda outros símbolos santificados de mártires da primitiva Igreja. Muito bem conservados, possibilitam aferir a devoção antiga dos habitantes. Os quadros a óleo remontam ao séc. XVIII, atribuindo-se a autoria ao Mestre Jerónimo da Cunha, de Vila Ruiva. A fachada da Igreja, templo de uma só nave, inscreve-se no barroco joanino, com pórtico, volutas e frontão.
A Latoaria, a Cestaria e a Cerâmica Decorativa complementam, no quadro das praticas artesanais tradicionais, a produção do famoso Queijo da Serra, principal fonte de riqueza desta região, afamada pela elevada qualidade que este produto apresenta.
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